Olhe pelo lado bom...
Há ainda essa coisa a frente,
esse verde tórrido
em contraste ao preto insistente
há ainda
esses "sís" e dós" menores
nos lufos de vento...
essa melodia surda
impregnada a imanência
desses falsos entes
compondo esse sol se pondo,
conduzindo essas copas de árvores
sujas,
e por isso mesmo,
perfeitas
à compostura da imagem,
guardando o sangue
no asfalto,
para o exercício
duma harmonia em crescendo...
Não se incomode,
essas porras hão de ter melodia,
hão de ser vivas elas por elas mesmas...
Nada impedirá a paisagem...
Nem sendo de esquerda,
vermelho,
inexperiente e impaciente
ou complacente ao azul,
com rabos entre as pernas
e a calmaria,
erguida a sombra
duma psicose
escolhida a dedo
Os brados e o pisar
nessas calçadas,
não apagarão a relação
estrita
entre o céu
e os galhos,
Não há de temer
os ramos apontarem
sempre ao inalcançável,
não é contigo que falam mesmo...
Mas escute ainda assim,
esse mosaico
responde mais que horóscopo,
mais que pesquisa mercadológica...
e ele,
pode apontar pra onde quiser,
seja pra lá,
pra cá,
prali, praqui,
pro sudoeste
tendo um caso
com dona Rosa dos Ventos,
ou pro raio que o parta
Não importa oque aponte
ao oque...
a pergunta não é,
nunca,
mais importante que a resposta...
e que resposta dura!
Vai encontrar no teu rosto,
boca que não canta
olho que não dança
nariz
que nem sabe o que faz ai,
pele pra enfeite
e ouvidos em desuso...
Somos isso que observa as nuvens,
ou a merda que o seja...
Nenhum comentário:
Postar um comentário